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REVISTA DA ARMADA | 487
das modernas infraestruturas portuárias. O profissionalismo do ção com um crescimento que se torna notório pelo número de
piloto reflete também o empenho angolano no desenvolvimen- arranha-céus que moldam a paisagem da baía.
to do país. À chegada ao porto, uma comitiva de boas vindas da
MGA recebe calorosamente o navio, demonstrando o cuidado na A receber o navio no cais, e junto à comitiva de boas vindas da MGA,
preparação da visita a Angola. Recebida a comitiva na camarinha encontravam-se vários familiares e amigos de elementos da guarni-
do comandante, a apresentação de boas vindas revela de imedia- ção, reflexo da presença de uma grande comunidade portuguesa na
to a afinidade e empatia entre marinhas com uma língua comum. cidade. Caracterizado por várias atividades protocolares, o programa
da visita a Luanda proporcionou também à guarnição várias visitas de
Realizadas as reuniões de coordenação das ações de coopera- índole cultural e o sempre salutar intercâmbio desportivo.
ção, sempre com a mais-valia do apoio dos militares da CTM, de-
ram-se início às atividades de instrução e treino previstas no pro- Com as cores do crepúsculo vespertino a iluminarem a baía
grama. Ao mesmo tempo que era dada continuidade ao treino de Luanda, o navio e o Embaixador de Portugal em Angola, dr.
conjunto com os fuzileiros navais da MGA, eram realizadas ações João da Câmara, receberam no dia 2 de maio quase duas cen-
de treino e instrução de operações de mergulho e palestras seto- tenas de convidados para uma receção a bordo, número ilustra-
riais de organização de navio, as quais foram precedidas de uma vi- tivo da importância dada à presença de um navio da marinha
sita técnica ao patrulha Atlântico, atribuído à Região Militar do Sul. portuguesa na capital angolana. Evidenciando a sua hospitali-
Aproveitando ainda a presença da Bartolomeu Dias no Lobito, rea- dade e forma de bem-receber, a marinha angolana despediu-se
lizaram-se diversas visitas ao navio de estabelecimentos de ensino no dia seguinte, oferecendo uma receção para a guarnição nas
militar, das quais se destacam a visita dos cadetes da Academia instalações da Base Naval de Luanda, onde mais uma vez fica-
Militar do Exército e a dos alunos da Escola de Especialistas Navais. ram patentes os laços de camaradagem que unem os marinhei-
ros dos dois países.
Com alguma chuva a marcar presença no convés de voo, rea-
lizou-se a receção a bordo, constituindo oportunidade única de RUMO A NORTE
acolher a comunidade portuguesa e as forças vivas da cidade do
Lobito, que foram presenteadas com a tradicional cozinha portu- Terminado o período de visita a Angola, e com este as ativida-
guesa. No dia seguinte, e véspera da largada, a marinha angola- des associadas à Iniciativa Mar Aberto 2014, o navio largou na
na ofereceu um jantar de despedida e de retribuição ao navio, o manhã do dia 5 de maio iniciando o trânsito de regresso a Lisboa.
qual, pela sua singularidade, irá ficar na memória de todos aque- Após um período de mar de dez dias, onde também houve opor-
les que estiveram presentes. tunidade de efetuar um exercício do tipo PASSEX com a corveta
francesa Commandant Blaison, foi praticado o porto de Las Pal-
O navio despediu-se do Lobito com o reconhecimento de uma mas para uma escala logística. Las Palmas, capital da ilha Gran
população amável e hospitaleira, deixando para trás uma cidade Canaria conhecida pelo turismo e comércio, possibilitou à guar-
e uma província que seguramente nos tempos próximos serão nição o descanso e a compra dos últimos recuerdos da missão, e
moldadas pelos prós e contras associados ao crescimento. ultimar os preparativos para a chegada à base.
Com vinte e oito cadetes da MGA embarcados, as atividades do Na tarde do dia 20 de maio, com a entrada na barra de Lisboa
navio no trânsito para Luanda centraram-se em ações de instrução, a coincidir com o Dia da Marinha, o sentimento de missão cum-
com ênfase na navegação costeira, marinharia e limitação de avarias. prida espelhava-se nos rostos da guarnição. Para trás ficam as
memórias de uma aliciante missão no continente africano, gra-
Tendo a cidade de Luanda à vista, a aterragem fez-se cruzando tificante pelas vivências com outras realidades e culturas e pela
um aglomerado de navios fundeados, impossibilitando cumprir enorme honra e orgulho de ter representado a Marinha e Portu-
o planeamento de navegação inicialmente definido. Com algu- gal além-mar.
mas semelhanças geográficas com a entrada do porto do Lobi-
to, Luanda difere na dimensão e na densidade de movimentos Colaboração do COMANDO DO NRP BARTOLOMEU DIAS
portuários. Cidade imponente e testemunho vivo do desenvolvi-
mento angolano, Luanda é uma metrópole em constante evolu-
Foto CAB T Carvalho
JULHO 2014 11