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REVISTA DA ARMADA | 523




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          EXERCÍCIO PRONTEX 17




            o âmbito da preparação da Marinha Portuguesa para a resposta   leque variado de séries, incidindo nas áreas tradicionais da guerra no
         Na cenários de crise, realizou-se, no período compreendido entre   mar, com exercícios de defesa aérea, luta de superfície e antissubma-
          13 e 21 de julho, o exercício PRONTEX 17 (PTX 17), que teve como   rina. No que diz respeito às operações submarinas, é de referir que o
          objetivo principal proporcionar treino à Força Naval Portuguesa (PRT-  treino realizado com o submarino Arpão foi ambivalente. Com efeito,
          MARFOR) , com vista a assegurar a prontidão e eficiência da Marinha   este meio tanto atuou como opositor como em apoio da força naval e
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          na condução de operações navais em teatros complexos e exigentes.  às operações por ela desenvolvidas.
           Sendo o PTX 17 um exercício de força naval, além de assegurar o   Para o treino e desenvolvimento das capacidades dos militares de
          treino necessário para garantir os níveis de prontidão das Unidades   quarto à ponte foi dada especial importância ao treino individual de
          Operacionais, permitiu também o treino na condução de um espectro   marinharia e navegação, nomeadamente da navegação em águas res-
          alargado de missões ao Estado-maior do Comando da PRTMARFOR.   tritas, navegação tática e em companhia. Houve ainda oportunidade
          Foi dada ênfase às áreas tradicionais das operações navais , à vigilân-  para a prática de várias aproximações RAS e o consequente reabas-
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          cia e interdição dos espaços marítimos e às operações anfíbias.  tecimento. Foram também exercitadas as capacidades do pelotão de
           A  PRTMARFOR  foi  comandada  pelo  CMG  Silvestre  Correia,  que   abordagem das unidades navais durante a execução de abordagens.
          embarcou com o seu Estado-maior no NRP Vasco da Gama, navio-  No dia 18 de julho decorreu na Península de Troia uma demonstra-
          -chefe da força.                                    ção de grande visibilidade, conduzida pelo Comando do Corpo de Fuzi-
           Além da fragata Vasco da Gama participaram no exercício a corveta   leiros, e que incidiu nas capacidades do Corpo de Fuzileiros, nomea-
          João Roby, o submarino Arpão, o reabastecedor de esquadra Bérrio e   damente do Destacamento de Ações Especiais (DAE) e da Força de
          o navio patrulha oceânico Figueira da Foz, perfazendo um total de 450   Fuzileiros nº 3. A PRTMARFOR participou nesta demonstração condu-
          militares embarcados. No exercício participaram ainda outros meios e   zindo um desembarque anfíbio a partir das Unidades Navais. Neste
          forças da Marinha, tais como a lancha de fiscalização Argos, forças de   evento estiveram presentes o Ministro da Defesa Nacional, Professor
          fuzileiros e destacamentos de mergulhadores. Integraram igualmente   Doutor José Azeredo Lopes, e o Chefe do Estado-maior da Armada,
          o exercício diferentes aeronaves da Força Aérea Portuguesa (FAP),   Almirante António Silva Ribeiro.
          para o apoio e treino de operações aeronavais, nomeadamente os   A fase LIVEX culminou numa operação anfíbia, de assalto a um obje-
          caças F-16, aeronaves de patrulha marítima P3-C CUP e de transporte   tivo em terra com oposição, no âmbito do processo de certificação da
          e projeção C-130.                                   Força de Fuzileiros nº 1 (FFZ1). Para esta operação anfíbia, embarcou no
           Aproveitando esta oportunidade de treino, e no cumprimento do   navio-chefe o comando e estado-maior da força de desembarque, que,
          programa de ensino e formação da Escola Naval, estiveram embar-  conjuntamente e em coordenação com o estado-maior da PRTMAR-
          cados a bordo da fragata Vasco da Gama 38 cadetes do 4º ano da   FOR, asseguraram o planeamento e condução da operação anfíbia.
          Escola Naval, alunos do curso CMG Henrique Quirino da Fonseca. Este
          período de embarque permitiu aos jovens cadetes navegar a bordo de   CONSIDERAÇÕES FINAIS
          um navio em ambiente de operações navais e de navegação em com-
          panhia, tendo sido proporcionado aos alunos a aplicação e o aper-  De uma forma geral, pode-se afirmar que o PTX 17 constituiu uma
          feiçoamento dos conhecimentos técnico-navais e militares adquiridos   excelente oportunidade de treino para todos os meios envolvidos,
          durante o ano letivo.                               tendo a Marinha assinalado, uma vez mais, a importância que o treino
                                                              assume na manutenção dos padrões de prontidão operacional supe-
          ESTRUTURA E FASES DO EXERCÍCIO                      riormente definidos, assegurando que o empenhamento das forças
                                                              e unidades para o cumprimento das tarefas e missões que venham
           Por forma a maximizar o treino das unidades intervenientes, o PTX   a ser atribuídas, seja efetuado em segurança, com eficácia e de uma
          17 foi dividido em duas fases: a fase de treino de porto, denominada   forma eficiente.
          “Foundation Training” (FT), que visou a integração das unidades da                                  
          força e a consolidação das necessárias perícias básicas, e a fase LIVEX ,   Colaboração do COMANDO DA PRTMARFOR
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          no mar. O FT decorreu na Base Naval de Lisboa e permitiu testar os
          meios de comunicação e sistemas de informação que viriam a ser
          utilizados na fase de mar, com vista a garantir a interoperabilidade   Notas
                                                                 Força Naval Portuguesa (PRTMARFOR) – É uma força operacional com elevada pron-
          e a uniformização de procedimentos. Serviu também para explorar   1 tidão, à qual são atribuídas unidades navais, de fuzileiros e de mergulhadores para a
          as ferramentas necessárias para garantir o conhecimento situacional   execução de operações expedicionárias marítimas ou para a integração em forças ope-
          marítimo e exercer o comando e controlo de forma eficaz. Houve   racionais conjuntas, constituindo-se como a componente naval da Força de Reação Ime-
                                                                diata (FRI). Tem como missão garantir ações prontas de resposta militar para a defesa do
          ainda possibilidade de efetuar exercícios de comunicações e treino   território nacional e a proteção dos interesses nacionais onde tal for necessário.
          de navegação em companhia, assim como a prática de aproximações   2  São consideradas áreas tradicionais das operações navais, a defesa aérea, a luta
          para reabastecimento no mar (RAS) no simulador de navegação do   de superfície e antissubmarina.
          Centro Integrado de Treino e Avaliação Naval (CITAN).  3  Fase em que os diferentes meios e militares envolvidos se encontram a operar no
           Na fase LIVEX, o programa de treino assentou na realização de um   mar, no terreno ou no teatro de operação.


          10  NOVEMBRO 2017
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