Page 9 - Revista da Armada
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O NRP “Bartolomeu Dias” participa em exercício francês
ONRP “Bartolomeu Dias” inserido no
Grupo-Tarefa (EMF TG) da Força Ma- desminagem. A utilização de dois AUV (auto- Neste exercício, durante a fase táctica, com-
rítima Europeia (EUROMARFOR), que nomous underwater vehicle), “ Gavia”, da Ma- pletamente dedicada à Guerra de Minas, os
Portugal comanda actualmente, participou no rinha portuguesa (embarcados a bordo do NRP AUV GAVIA executaram 11 missões de reco-
exercício francês “Olives Noires 10” que se re- “Bartolomeu Dias”), e “Remus”, da marinha nhecimento, num total de 32 horas de missão
alizou, de 03 a 17 de Setembro, no Mar Medi- italiana, completaram o dispositivo envolvido. na água. Saliente-se que nas áreas atribuídas, a
terrâneo, a Sul de Toulon. utilização dos AUV GAVIA, teve 100% de su-
O N.R.P. “Bartolomeu Dias”, para além da cesso, com identificação e inactivação de todas
O EMFTG, comandado pelo CMG José An- sua actuação como navio-chefe e como MCCS as minas que se encontravam na área.
tónio Mirones (COMGRUEUROMARFOR e da EMFTG, serviu como plataforma de apoio Também, neste exercício, foi possível, pela
Comandante do NRP “Bartolomeu Dias”), foi às operações do Destacamento de Guerra de primeira vez, a utilização simultânea dos 2
constituído pela fragata portuguesa “Bartolo- Minas embarcado: constituído por dois núcle- AUV, quer no arco diurno quer no arco noctur-
meu Dias”, navio-chefe, pelos navios caça-mi- os fundamentais, o Núcleo de Planeamento e no. Este facto deveu-se não só as condições de
nas “Eridan” e “Lyre”, da França, “Milazzo”, de Análise (NPA) e o Destacamento de Mergulha- meteorológicas, mas também ao tipo de fundo
Itália e “Tajo”, de Espanha. encontrado e, fundamentalmente, à constitui-
Formatura navios ON_10. ção alargada do NPA, num total de 5 elementos.
Na ocasião, o navio embarcou um estado- dores Sapadores n.º 3 (DMS3), opera os veí- Apesar de o Destacamento já ter participado
-maior internacional: um chefe do estado-maior culos submarinos autónomos (AUV) GAVIA, em outros eventos e exercícios nacionais e in-
(capitão-de-fragata espanhol), quatro primeiros- equipados, entre outros sensores, com sonares ternacionais, esta foi a primeira vez que foi utili-
-tenentes oficiais de quarto (um espanhol, um de varrimento lateral (SSS) e câmara fotográfica. zado como elemento orgânico, não tendo uma
francês, um italiano e um português) e oito sar- plataforma de apoio dedicada em exclusivo à
gentos portugueses. O oficial de operações, o A utilização de AUV permite executar algu- sua operação. Este modo de emprego aproxima-
oficial navegador, o oficial de comunicações, o mas das fases do processo de contra-medida de -se do seu conceito de operação em suporte a
oficial da logística e o oficial de relações públi- minas, como sejam a detecção, classificação e uma Força Expedicionária.
cas foram cedidos pelo navio. identificação (caso a visibilidade em profundi- Durante a estadia em Toulon houve oportu-
dade o permita) de contactos, sendo o seu tra- nidade para a guarnição visitar não só a cidade
O exercício “Olives Noires” é um exercício balho complementado pela equipa de mergu- mas também a região.
multinacional francês dedicado ao treino da lhadores, os quais efectuam a identificação (na A recepção das autoridades navais francesas
guerra de minas que se realiza de dois em dois impossibilidade de usar o AUV para o efeito) e foi muito afável. Para este facto terá contribuído
anos. Este ano, para além da participação do a inactivação de minas. a proximidade histórico-cultural entre os dois
grupo de navios da EUROMARFOR e de uni- países, a sua pertença às principais estruturas
dades nacionais francesas, norueguesas e ita- europeias e internacionais, as excelentes rela-
lianas, também a NATO, através do seu grupo ções entre as duas marinhas e ainda a existên-
permanente de guerra de minas (Standing Nato cia de uma importante comunidade portuguesa
Mine Countermeasures Group 1 – SNMCMG1), residente em França.
esteve presente no “Olives Noires 10”.
A edição 2010 do exercício “Olives Noires” (Colaboração do COMANDO DO
reuniu meios de 9 países, 800 homens e mu- NRP “BARTOLOMEU DIAS”)
lheres embarcados, 15 navios e 2 equipas de
“Uma vida a sorrir” Foto Reinaldo de Carvalho
Realizou-se no passado dia 7 de Outubro,
na Academia de Marinha, uma sessão CEMA a honra que lhe Internacional
dedicada ao lançamento do livro “Uma concedera em presi- Marítimo iria
vida a sorrir” da autoria do Comandante Serra dir à sessão, e aos que prosseguir na
Brandão, membro emérito daAcademia de Ma- quiseram estar pre- Armada, o Al-
rinha. A sessão foi presidida pelo CEMA, Almi- sentes na cerimónia, mirante CEMA
rante Melo Gomes. disse que a escrita do disse que os en-
livro, para além de lhe sinamentos do
O Presidente da Academia, ALM Vieira Ma- ter permitido deixar o seu antigo pro-
tias iniciou a sessão, fazendo a apresentação da registo das suas memórias e de dar prazer aos fessor lhe foram
obra, salientando a qualidade do autor, enquan- seus amigos, lhe trouxera a possibilidade de muito úteis ao
to regente da cadeira de Direito Internacional “pôr a cabeça a trabalhar e o tempo a passar”. longo da sua carreira, após o que fez oferta ao
Marítimo da Escola Naval e do Instituto Supe- Por fim, convidando à leitura de “Uma vida a Comandante Serra Brandão, a pedido do ALM
rior Naval de Guerra onde leccionou cerca de sorrir”, esclareceu ser o livro “bem mais extenso Vieira Matias, de uma cresta da Academia de
quarenta cursos. do que parecia, pois estava muito concentrado”. Marinha.
Prosseguiu referindo a igualmente prestigiada Na segunda parte da sessão, foi apresentada A sessão terminou com um Porto de Honra
carreira de gestor empresarial nos sectores pú- a comunicação “O Ensino do Direito Interna- na Galeria.
blico e privado, sublinhando as suas qualidades cional Marítimo na Escola Naval”, pelo Mem-
humanas e o seu sentido de humor. bro Emérito Comandante Limpo Serra. Na sua
interessante exposição, o orador fez uma retros-
A seguir usou da palavra o Dr. Eduardo Serra pectiva dos sucessivos docentes responsáveis, ao REVISTA DA ARMADA • DEZEMBRO 2010 9
Brandão, filho primogénito do autor, dissertan- longo de século e meio, pelo ensino do Direito
do sobre o conteúdo do livro, embora reconhe- Internacional Marítimo na Escola Naval, onde
cendo a dificuldade de, como filho, ser isento aliás nasceu este ramo de ensino, referiu o ora-
nesse propósito. dor, ele próprio um dos sete antigos docentes.
Usando então da palavra, o Comandante Ser- Depois de afirmar que o ensino do Direito
ra Brandão, depois de agradecer ao Almirante