Page 20 - Revista da Armada
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Almada, presidida por D. JanuárioTorgal Ferrei-   foram de saudação para todos os que pres-
ra, bispo das Forças Armadas e de Segurança,      tam serviço na Marinha, relembrando-lhes
acolitado pelo Vigário Geral Castrense, padre     como a “nossa instituição nasceu com o
Manuel Amorim, o Capelão Chefe da Mari-           país, cresceu ao seu serviço e vive a pen-
nha, padre Ilídio da Costa, o Capelão da Escola   sar nos portugueses”. Dirigiu-se também ao
Naval, padre Nazaré Domingos e o pároco de        município de Almada e à sua Presidente da
Almada, padre Fernando Belo. Durante a mis-       Câmara, agradecendo-lhe a disponibilidade
sa foi possível ouvir um coro de elementos da     para aquela comemoração. A abertura da
Marinha, constituído por alguns membros da        Marinha ao exterior foi um desígnio seu, a
Banda da Armada e cadetes da Escola Naval,        que as presentes comemorações dão ex-
dirigidos pelo 1SAR B Nuno Batalha.               pressão plena, sobretudo porque têm lugar
                                                  na “magnífica cidade” que acolhe os mari-
  Seguir-se-ia a cerimónia militar que teve lu-   nheiros e com eles “partilha um destino co-
gar em Cacilhas, em frente à doca onde está       mum, que é o mar”. E acrescentou que “A
a Fragata D. Fernando II e Glória e da baía da    forma como Almada e a Marinha souberam
Margueira, presidida pelo Secretário de Estado    encontrar uma solução para, com a devida
Adjunto e da Defesa Nacional, Dr. Paulo Braga     dignidade, acolher a Fragata D. Fernando II
Lino, em representação do Ministro da Defesa      e Glória” e receber, num futuro próximo o
Nacional. Estiveram presentes a Presidente da     submarino Barracuda, integrando o núcleo
Câmara Municipal de Almada, uma delegação         museológico do Museu de Marinha em
de deputados da Assembleia da República in-       Al­mada. O mar hoje é encarado como de-
cluindo o vice-presidente da Comissão de De-      sígnio nacional – continuou o CEMA – mas
fesa Nacional, o bispo das ForçasArmadas e de     isso não é a “descoberta de uma nova rea-
Segurança, antigos Chefes do Estado-Maior da      lidade.” Trata-se de “dar expressão e subs-
Armada e diversas outras entidades civis e mili-  tância a um importante objectivo estratégi-
tares.Apesar das condições meteorológicas ad-     co que, embora largamente reconhecido,
versas, com aguaceiros violentos e frequentes,    tem vindo a ser reiteradamente adiado.” A
a população de Almada acorreu ao local para       prossecução deste objectivo – disse – “re-
homenagear a sua Marinha neste dia de festa.      quer um exercício eficaz da autoridade do
                                                  Estado no mar”, assumindo a Marinha um
  As Forças em Parada, comandadas pelo            papel muito relevante “quer no âmbito da
CMG Proença Mendes, eram constituídas pela        vigilância e serviço de soberania, quer na
Banda e Fanfarra da Armada, por um bloco de       prevenção e contenção da poluição ma-
15 estandartes nacionais pertencentes a unida-    rítima.” Portugal é um país de “recursos
des da Marinha, uma companhia de cadetes          escassos e responsabilidades marítimas
da Escola Naval e três batalhões organizados      consideráveis” sendo fundamental a nossa
a duas companhias, comandados, respectiva-        capacidade “para afirmar os interesses na-
mente, pelos CFR Cornélio da Silva, CFR Lo-       cionais, assumir compromissos internacio-
pes Carrilho e CFR Mariano Alves. Ao largo,       nais e fazer cumprir a lei nos espaços marí-
na baía da Margueira – imponente – estava         timos.” A instituição defronta-se hoje com
fundeado o NRP Sagres.                            problemas reais – “os níveis de treino tive-
                                                  ram de ser reduzidos aos valores de há vinte
  O Secretário de Estado Adjunto e da Defesa      anos” – mas os meios necessários ao cum-
Nacional aproximou-se da tribuna de honra         primento deste “desígnio” são urgentes. E
cerca das 11h30, onde era esperado pelo Al-       recordou a necessidade de construção dos
mirante CEMA, e recebeu as honras militares       seis Patrulhas Oceânicos e oito Lanchas de
que lhe são devidas. Deu-se início à cerimónia    Fiscalização Costeiras, sem os quais “Por-
com a atribuição de condecorações a militares     tugal corre o risco de ficar sem meios na-
e civis que se distinguiram em serviço da Mari-   vais de média e pequena tonelagem, indis-
nha ou por acções por ela reconhecidas como       pensáveis às missões nas zonas oceânicas
relevantes. Destaco a atribuição da Medalha       e sobretudo nas zonas marítimas costeiras
da Cruz Naval de 1ª classe ao Professor Doutor    do continente e da Madeira.” Terminou a
António Manuel da Cruz Serra, actual reitor da    sua alocução realçando a consciênc­ ia “das
UniversidadeTécnica de Lisboa e professor da      dificuldades do presente” reafirmando que
Escola Naval há quase vinte anos.                 “trabalhamos diariamente para uma Mari-
                                                  nha moderna e preparada para enfrentar os
  Terminadas as condecorações, foi feita a        desafios do futuro.”
homenagem aos militares, militarizados e ci-
vis da Marinha já falecidos, a que se seguiu
uma alocução proferida pelo CEMA, Almiran-
te Saldanha Lopes. As suas primeiras palavras

20 JUNHO 2012 • REVISTA DA ARMADA
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