Page 21 - Revista da Armada
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De seguida usou da palavra o Secretário        na primeira demonstração. Simulando tratar-
de Estado Adjunto e da Defesa Nacional. O        -se de um navio suspeito, aproximou-se um
Dr. Paulo Braga Lino começou por dirigir-        helicóptero Linx, com uma equipa do Desta-
-se a “todos estes homens e mulheres que,        camento de Acções Especiais (DAE) que em-
com o seu sentido de lealdade e de dispo-        barcou usando a técnica de Fast Rope, sob a
nibilidade,... competência e experiência,...     protecção e vigilância de outra embarcação.
determinação e coragem, permitem o cum-          Seguiu-se o desembarque de dois veículos
primento das missões da Marinha Portugue-        anfíbios LARC 5, saídos da Bacamarte, que
sa”. “Como em poucos casos” – disse – “a         se dirigiram à praia simulando um transporte
história do País é, inevitavelmente, a história  de carga. E, enquanto decorria este movimen-
da sua Marinha”, por isso as comemorações        to dos LARC’s, preparava-se a simulação de
decorrentes assinalam a determinação e o         um assalto anfíbio, com uma equipa de mer-
trabalho dos marinheiros, “seja em missões       gulhadores a proceder ao reconhecimento,
de carácter militar ou de serviço público.”      limpeza e marcação de um canal de acesso
No dia 20 a Marinha assinalava a chega-          à praia, seguido de duas vagas de assalto: a
da de Vasco da Gama a Calecut, mas essa          primeira em botes com fuzileiros, e a segun-
efeméride tem, sobretudo, o significado          da, dos LARC’s, com suporte logístico à Força
de uma missão bem cumprida, na prosse-           de Desembarque. Estes veículos regressaram
cução do “que foi, à época, um objectivo         depois ao NRP Bacamarte, onde reembarca-
nacional” capaz de “mobilizar e multipli-        ram e regressaram à Base. Veio depois uma
car vontades e capacidades, que alavanca-        demonstração de capacidades da Polícia Ma-
ram o poder marítimo e o poder nacional.”        rítima, nomeadamente, do seu Grupo de Ac-
“Portugal é mar”, salientou o Secretário de      ções Táctico-Policiais. Aproximava-se uma
Estado, realçando a relação económica do         embarcação UAM, simulando ser suspeita
país com este meio específico, acentuando        e suscitando a actuação de um grupo opera-
as potencialidades levantadas pela exten-        cional, transportado numa lancha rápida, que
são da plataforma continental. “Num país         procedeu ao controlo e abordagem. Aprovei-
que tantas vezes lamenta a falta de destino      tando este exercício, surge um aviso de “ho-
e de futuro, o amanhã esteve sempre aqui.”       mem ao mar” que, rapidamente, mobilizou
Não deixou de dizer que conhece as difi-         um meio de salvamento, com uma mota de
culdades com que a Marinha se defronta e         água para recolher o náufrago. A demonstra-
os desafios da transformação em curso. “To-      ção de capacidades terminou com a actua-
dos conhecemos as restrições que temos de        ção de um helicóptero Linx, executando um
enfrentar”, contudo, para que o contributo       conjunto de manobras que mostram as suas
da Marinha no momento presente possa ser         capacidades operacionais e destrezas dos pi-
efectivo, terá de dispor dos meios opera-        lotos da Marinha, saudando, no final, todos
cionais indispensáveis.Tudo será feito para      os presentes.
retomar o “programa de conclusão e ape-
trechamento dos dois navios-patrulha oce-          Mas o Dia da Marinha não terminaria sem
ânicos”, sabendo que este “investimento          a simpática e significativa homenagem da
será reprodutivo, pelo aumento da eficiên-       Marinha do Tejo, um pólo vivo do Museu de
cia que induz e pela redução de custos de        Marinha constituído por embarcações típicas
operação que lhe está associada.”                da vida do rio. Foram estas embarcações que,
                                                 desde tempos remotos, deram corpo ao movi-
  Terminado o discurso do Secretário de Es-      mento do estuário que sustentou o complexo
tado, seguiu-se o desfile das Forças em Pa-      económico de suporte da cidade de Lisboa,
rada, após o qual os convidados e a nume-        referido acima. E as pessoas que, com grande
rosa população que se deslocou a Cacilhas        dedicação e esforço, têm mantido esta tradição
para assistir à cerimónia, foram convidados      peculiar, não quiseram deixar de homenagear
a deslocar-se até à beira da muralha, junto      a Marinha Portuguesa, desfilando em frente à
ao rio, para observarem uma demonstração         zona da cerimónia militar, vindas da Base Na-
de capacidades operacionais, coordenada          val para o Pontal de Cacilhas.
pelo comandante da Força Naval Portugue-
sa (POTG), CMG Novo Palma.                                                                          
                                                                           J. Semedo de Matos
  Nesta altura, para além do NRP Sagres,
já estava na baía da Margueira o NRP Baca-                                                            CFR FZ
marte (Lancha de Desembarque Grande) e
aproximou-se o NRP Orion que participou          Fotos: 1SAR FZ Pereira

                                                 N.R.
                                                 O autor não adota o novo acordo ortográfico.

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