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REVISTA DA ARMADA | 566

















              NRP ANTÓNIO ENES



              50 ANOS






         O NRP António Enes, construído nos estaleiros navais Bazán em San Fernando, Cádis, Espanha, entrou ao
         serviço da Marinha em 18 de junho de 1971 herdando o nome de um antigo Ministro da Marinha e do Ultramar.
         No dia 18 de junho de 2021 celebraram-se, portanto, 50 anos desde que o navio içou a bandeira Portuguesa pela primeira vez.


         ENQUADRAMENTO                                        COMEMORAÇÕES I

                      o  abrigo  do  programa  de  assistência  militar   À data do cinquentenário o navio encontrava-se em comissão
                   Ados  Estados  Unidos  da  América,  nos  anos  50   na Região Autónoma dos Açores, por acaso a zona do globo onde
                   foi  possível  reforçar  a  capacidade  da  esquadra,  que   o navio terá permanecido mais tempo quando não atracado na
                   passaria a dispor de uma mistura de novos e velhos   Base Naval de Lisboa.
                   navios. É neste enquadramento, de uma esquadra com   Na  semana  de  13  a  18  de  junho  de  2021  realizaram-se  um
         navios de diferentes idades, diferentes desenhos e origens, com os   conjunto de atividades com vista a celebrar os 50 anos da corveta.
         inerentes graves problemas na utilização e na manutenção, que se   Os objetivos eram também: conseguir a divulgação de uma imagem
         desenvolve um ambicioso programa naval, constituído por novas   positiva da Marinha, como instituição centenária; homenagear uma
         fragatas e submarinos, a que se juntaria o programa das corvetas.   plataforma naval de características excecionais; e agraciar todos os
           Foi mesmo desde logo considerado, em plena fase de conceção,   militares que nela serviram e continuam a servir a Marinha e o País.
         que com o Programa das Corvetas se viria a preencher um grave   Para dar visibilidade às celebrações, foi adotada uma política de
         vazio na heterogénea frota naval. Com a construção das corvetas   informação ativa, foi promovido o apoio e acompanhamento dos
         a Marinha passaria a dispor de um conjunto de navios versáteis,   órgãos de comunicação social durante o decurso das atividades e
         adaptáveis aos diferentes cenários em que o país poderia estar   cerimónias relativas às comemorações dos 50 anos e foi assegurada
         envolvido,  quer  em  ambiente  de  confronto  militar  e  operações   a respetiva cobertura vídeo e fotográfica.
         militares, quer em tempo de paz em missões de soberania normais   No dia 13 de junho, foi celebrada uma missa na cidade da Horta,
         mas diversificadas.                                  no Faial, no decurso da qual foi evocada a memória dos elementos
           A opção foi desenhar navios com a capacidade de responder a   da guarnição falecidos no acidente ocorrido a 10 de março de 1987
         um largo leque de requisitos operacionais – defesa dos territórios   à entrada do porto daquela cidade. Mais tarde foi lançada uma
         ultramarinos,  guerra  anti-aérea,  guerra  anti-superfície,  e  guerra   coroa de flores ao mar, em memória desses militares.
         anti-submarina, missões de busca e salvamento e fiscalização da
         pesca.  Um navio polivalente capaz de se manter a um baixo nível  COMEMORAÇÕES II
         de construção, condução e manutenção.
           Uma primeira série foi constituída por 6 navios, essencialmente   Com os condicionalismos da situação médico-sanitária (COVID-19)
         destinados a operar em África, integrados na luta em que Portugal   então vivida, realizou-se ainda uma Cerimónia Militar em Ponta
         aí  esteve  empenhado  até  1975,  substituindo  navios  de  maior   Delgada, presidida pelo Comandante da Zona Marítima dos Açores,
         porte, como as fragatas, e outros de capacidade mais limitada,   COM Machado da Silva, no decurso da qual o navio foi condecorado
         como os navios patrulha.                             com a medalha militar de serviços distintos, grau ouro.
           De 1976 até ao presente, efetuou várias missões no âmbito do   A  condecoração  demonstra  que  ao  longo  dos  seus  50  anos  de
         exercício da soberania de Portugal tais como, busca e salvamento nas   serviço, o NRP António Enes tem cumprido, com todo o mérito, um
         áreas marítimas do território nacional, como Portugal Continental,   vasto conjunto de tarefas e missões, numa contínua e bem-sucedida
         Madeira  e  26  missões  na  Zona  Marítima  dos  Açores.  Realizou   adaptação aos desafios colocados pela emergência de novos tipos
         também várias missões de carácter internacional nomeadamente   de  riscos  e  ameaças,  contribuindo  para  que  Portugal  use  o  mar.
         no âmbito da Northwest Atlantic Fisheries Organization (NAFO) e   O mar que é o elo de coesão do nosso território e ocupa uma posição
         da North East Atlantic Fisheries Commission (NEAFC).  central na vida nacional pelo imenso valor que nos confere.
           Em suma, no total das 160 missões realizadas, o NRP  António   Foi ainda cunhada uma medalha comemorativa, cujo verso se
         Enes contabilizou cerca de 15 anos com missão atribuída, dos quais   apresenta, com uma distribuição limitada.
         7 anos ininterruptamente a navegar, e percorreu uma distância de
         cerca de 540.000 milhas náuticas, equivalente a 25 voltas ao mundo.  Colaboração do COMANDO DO NRP ANTÓNIO ENES


          22  SETEMBRO / OUTUBRO 2021
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