No âmbito do Mapeamento do Mar Português no arquipélago dos Açores, durante a permanência do navio na região estão planeadas duas fases distintas: uma que consiste no levantamento hidrográfico com sonar multifeixe dos montes submarinos (ecossistemas ricos e de particular relevância), a sul da Ilhas das Flores enquadrada na cooperação com a Universidade dos Açores; a outra fase, também consistindo num levantamento hidrográfico com sonar multifeixe, a Sudoeste da Ilha das Flores, numa zona remota para além da ZEE dos Açores, que decorre da colaboração com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental.
O navio ainda acompanhará a Brigada Hidrográfica que realizará o levantamento de áreas portuárias tanto na Ilha das Flores como do Corvo para atualização cartográfica no projeto de colaboração com o Governo Regional dos Açores.
A Marinha, em especial através do Instituto Hidrográfico, ciente que o conhecimento detalhado sobre os fundos marinhos garante o desenvolvimento sustentável e a proteção do meio marinho, iniciou um ambicioso projeto em 2017, na sequência de uma opção estratégica da Marinha, de Mapeamento do Mar Português, para que o país possa efetivamente conhecer e tirar partido destes vastos espaços marítimos. Consequentemente, o conhecimento do oceano, em geral, e do leito e do subsolo marinho, em particular, afigura-se como uma tarefa de importância estratégica sem paralelo, e será seguramente um inestimável legado para as futuras gerações.
O Mapeamento do Mar Português concorre para desígnio nacional, que encontra reflexo na missão da Marinha de “Contribuir para que Portugal use o Mar”.
De sublinhar que a Marinha, em resposta às previsões ou alertas do agravamento nas condições meteorológicas e oceanográficas neste arquipélago já deslocou, por diversas vezes, para a Zona Marítima dos Açores os meios necessários para reforço do dispositivo naval aí existente permitindo, desta forma, o reforço das capacidades de busca e salvamento (SAR), de vigilância e patrulhamento marítimo, de apoio aos órgãos de proteção civil, de colaboração com a Universidade dos Açores na realização de campanhas científicas e de cooperação com outros de departamentos do Estado com competências no mar. É neste âmbito que Marinha tem feito maior incidência de vigilância e patrulhamento nas Formigas e nos bancos Princesa Alice, Condor, Açores e D. João de Castro, inseridos na ZEE dos Açores, bancos esses que são muito relevantes para a regeneração e equilíbrio da fauna marítima da região, envolvendo quer os navios em missão no arquipélago, quer outros vindos do continente, num dispositivo dinâmico que reforça o dispositivo naval padrão da região. Estes navios transitam o comando e controlo, quando nessas missões, para o Comando da Zona Marítima dos Açores. Deste modo a Marinha continua a reforçar o dispositivo geral alocado ao arquipélago, tendo em conta a sua relevante posição geoestratégica.
O NRP D. Carlos I possui uma guarnição de 38 militares, embarca duas equipas da Brigada Hidrográfica composta por oito elementos e dois observadores de cetáceos do CIIMAR.
Nota aos OCS: Convidam-se todos os órgãos de comunicação social interessados a assistirem à sessão de divulgação sobre os trabalhos a desenvolver durante a missão, a qual se realizará no dia 19 de julho, às 12h00, a bordo do NRP D. Carlos I, atracado no cais do Porto da Horta.