Descoberta do caminho marítimo para a Índia.

Em 7 de julho de 1497, larga de Belém a esquadra que, sob o comando de Vasco da Gama, se destinava a tentar chegar, por mar, à península hindustânica. Composta de quatro navios – as naus São Gabriel e São Rafael, a caravela Bérrio e uma nau de mantimentos – a frota navega em direção às Ilhas de Cabo Verde onde faz aguada e, depois de rumar para sueste em direção à Serra Leoa, vira de bordo para sudoeste, descrevendo um arco pronunciado ao longo do Atlântico Sul até junto da costa africana na latitude aproximada do Cabo da Boa Esperança. A costa africana foi avistada após mais de três meses de navegação no alto mar, facto até então inédito, e a 7 de novembro aportaram a uma baía, a que chamaram Angra de Santa Helena. Ultrapassaram o Cabo a 22 e aportaram num local que designaram por Angra de São Brás, onde destruíram o navio de mantimentos.
Em finais de janeiro estavam em Quelimane, tendo obtido então algumas informações sobre a presença árabe na região; por isso, deram àquele local, a designação de Rio dos Bons Sinais. Depois de escalarem Moçambique e Mombaça, foi em Melinde que conseguiram um piloto local que conduziu os navios para Calecut, na Índia, onde chegaram a 20 de maio de 1498. Estava descoberto o Caminho Marítimo para a Índia! Não foram fáceis as relações dos portugueses com o Samorim de Calecut em face das intrigas e traições por parte dos comerciantes muçulmanos. Em 29 de agosto de 1498, a frota dá início ao seu regresso a Lisboa, sem qualquer acordo com o Samorim. Depois de uma difícil travessia do Índico, chega a Mombaça onde é queimada a nau São Rafael devido à falta de pessoal, dividindo-se a sua diminuta guarnição pelos outros dois navios. Os navios regressaram a Lisboa em julho de 1489, completando assim a ligação entre as duas civilizações. Era o início da globalização e de uma nova era da História Universal.

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